ih, gente. hoje vindo num ônibus eu quis chorar. não quer dizer muita coisa. na verdade, sim, quer dizer aquilo que eu já disse. que eu queria chorar. o porquê, a causa desse desejo meio sem sentido, eu não sei. mas sinto que às vezes é mesmo tudo o que eu preciso para seguir adiante. talvez mais límpido, mais claro, menos pesado.
é como acordar cedo cedo e fumar um primeiro cigarro. tudo então adiante por ele passará. ele será seu filtro. ele é quem determina se o humor é bom ou mal ou qualquer outra coisa que fuja dessas duas possibilidades. não dois, por favor. me esforço para fugir do óbvio, talvez unicamente porque é ele mesmo quem me avassala. é o óbvio que me coordena é ele que vejo toda vez que abro a porta de casa e resto nu no meio da sala.
sabe? eu quis chorar porque estou bem. quis chorar porque adoro ver pais com seus filhos. porque senti saudades e hoje então mais e mais. pensei um pouco na mudança da morte, na mudança de sorte que a fulana consigo traz. pensei nas rimas, nas minhas ousadias. pensei pequeno, pensei coisas mesquinhas, mas concretas. coisas que eu poderia sair gritando pela janela da condução e que eu sei, sim, todos então saberiam.
foi só isso. estou cansado e há muito o que fazer por aqui. por aqui dentro. por aqui fora. dentro e desdentro. o que se faz é costurar, coser, é remendo. porque viver, é sério, ultimamente tem se transformado em corte. risco. preciso.
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