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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

eterno revolvo

eu temo não ter tempo
de te olhar profundamente
tempo de tocada a pele
saborear depois um entendimento

temo não tocar o tempo
e não me olhar profundamente
tocando a pele sem tempo
entendendo sem saboreamento

eu tento me temer ao vento
me fazer estático volúvel volátil presente
capaz de ser e, sim, des-ser
capaz de ir e, claro, volver
de voltar
de quem parte mas vai
de quem vai mas partido

medo de ser passatempo
medo por ser disparate
dos segundos
dos ponteiros
das tonteiras
e desse tintero
azul escuro
amarelo escurecido


temo ser temido
temo ser comido
temo ser resto
ser protesto
mas nunca temo
ser exato nesse instante
incapaz de temer


isso é o que me funda
fundo é o que me faz ser
resto
protesto
revolvo
contorno outro
eterno -revolvo-.

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