Pesquisa

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

descanse

deixe estar sobre a mesa
o corpo essa decepção esse pedaço tão concreto
da estranheza.

deixe restar
assim calmo assim pleno assim tão puro
pecado expresso no tempo.

deixe levar
que vá embora
que tu não mais o alcançe
que lhe seja impossível esticar
as mãos estender
o corpo mover

deixe tudo como está fixo
apaixonado pelo silêncio
de apenas ser
e sobrar.

você aqui todo embrulhado
eu dentro remexido avoado
deixemos assim nessa configuração
que o meu grito eu tombo para dentro
que do seu eu faço nova canção

e faça ouvir
sempre gemido onde houvera putrefação
sempre gemido onde ouvira reclamação
disparate
plena e sua inconformidade
que já não me tocas mais
porque estamos frios ao destino
estamos solícitos
à descoberta desse novo mundo que surge toda vez que
- juntos -
fechamos os olhos de pavor.

quando juntos
cessamos a vista e somos só
sabor
estranho
castanho
desumano
mas tão clichê
ainda tão amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário