você, doída
a face mexida
as linhas do corpo
todas elas
o corpo
todas elas
imprecisas
incapazes de aceitar o rumo torto dado à vida.
com que olhos você me lê,
com que olhos guia a sua vida?
uma maldade sem fim
um medo eterno que revolve aqui
também em mim
queria ser canção, mãe
para ninar os amigos com medo
mais medo que sono
canção, mãe
para aliviar teu peso
agora, para servir de travesseiro
servir de espaço livre
para seu abandono
queria ser canção, dessas que cola
dessas que puxa a pele
e imprime no corpo
a própria história
canção
silêncio
pausa
indecisão
queria ser propenso
poder ser eu mesmo alguma solução
de alguma dor qualquer
da sua dor se quiser
se pudermos
começar de novo
não saberíamos este depois que é agora
pleno
pause.
precisamos mover uma mudança de sorte.
não se mate. isso é óbvio. vamos construir a utopia
construir essa mão dada
essas mãos cosidas pelo caminho que se revelou torto
torta estrada.
com que olhos você me lê?
com que olhos eu sou eu para você?
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