Já nem sentem?
Duvido hoje
Do que antes
Buscava eu
Dormente.
Não sentem?
Como pode?
Como podem?
Onde foi morar
O furor e a alegria
Tão imberbes
E destemidos?
Onde fui parar
Quando me separei
Do horror
Que me pede
A cada dia
O meu ofício?
Quando foi que me acostumei?
Como, de que maneira,
Eu passei a não mais
A não mais
A não mais tanta coisa!
Deus!
Que meus olhos não se ceguem
Que meus olhos persistam. Apesar
Da alma, da pele seca,
Da busca partida
Quebrada
Coagulada
Que meus olhos
Avancem em torrente. Que desafoguem
O meu medo
De voltar a ser criança.
Como cansa.
Como mata.
Que sem dança.
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