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segunda-feira, 23 de maio de 2016

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Do que você é feito?

Não, não, não, eu não saberia responder.
Algo em mim foge aos nomes
Algo em mim se esconde
E mais e mais fica forte.

Do que eu seria feito?
Será possível ser tangível
O tempo?

Pelas noites eu vago a buscar
De um jeito assim não todo claro
O sorriso nos olhos que me olharam
A pertinência do querer ouvir
E do saber escutar.

Se sou feito disso?
Talvez tenha sido.
Mas mudo eu mudo inteiro e veloz.
O meu orgulho apesar de vivo
É pequeno
E quando age, me dói.

A moral
Essa lambada chata
Ela me dita as rimas
Mas esquece que a estrofe
Se compõe sempre de novo
E novamente
Com o que está fora.

( ontem pensei na possibilidade de assim morrer de repente. pensei na dor dos amigos que ficam. pensei na vida interrompida sem chance de doença a antecipar o fim. ontem eu pensei sobre morrer e sobre perder e, confesso, deixar partir é apenas o que resta. sou feito disso também, da certeza de que há morte. minha diferença é que frente a mim, ela pode. )

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