A cabeça persiste em pensamento.
Cansado
O peito quer fazer frente
a esse constante apaixonamento
pelo tormento.
O que fazer?
A música desorienta.
O cigarro tem gosto ruim.
Nem vinho quiçá cerveja.
O corpo não quer mais ser judiado.
O que fazer?
Olho o sol.
Mesmo.
Eu o olho
E a olha-lo
Permaneço.
Se fico um tempo
Assim no sol retido
Eu descubro a justeza
Do tempo
De amanhecer
Dormir
E continuar
Sempre a cada dia
Reexistindo.
O que dizer?
Sinto
Como quem esgotou
Os verbos e seus substantivos
Sinto como quem pela pele
Encontra abrigo.
Sem piedade
Por dentro ou por fora
Uma surpresa delicada
Desafirma o fim
Os poemas já escritos
Viraram cinzas
As declarações se foram
Nos ventos desta tarde.
Nem me peço desculpa
Porque estou no caminho
Empenhado.
Queima
É claro
Ainda é desejo
Mas talvez
Antes de hoje
Eu não soubesse
O que pode ser a fé.
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