eis um corpo muito vasto
o de uma cidade como a nossa
as ruas não cessam de aparecer
os nomes não dão conta
penso com um leve desespero
que há muito espaço a nos preservar
um do outro
mas, a nos reunir
sobrevive o tempo
ao mesmo tempo, num acaso qualquer
haveremos de nos estranhar para nos reconhecer
e será provável numa mesma rua
esquina ou bar
escrevo como falo
escrevo como desejo
para depois desdesejar
e seguir tomando chás
neste silêncio profundo e
lindamente fora do tempo
e livre de todo espaço
exceto este mesmo:
oh
da poesia.
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