Querendo amanhecer outro dia
hoje abri os olhos inda deitado
e li uma poesia
De lado
respirei fundo e mirei à janela
Seu rosto me veio
e feito um tempo bom
Foi embora deixando o dia
nublado.
Como eu o amo
oh, nublado dia
Sob a luz esparsa
de sua tenaz letargia
Apóio a cabeça no topo da cama
dou-me um impulso
e deito meu corpo
sobre a parede
que juntos pintamos.
Estou de ponta cabeça
e não há forma precisa
mais preciosa para ver
O este mundo agora.
Tudo tombado.
Tudo fora do chão.
O céu perdeu seu protagonismo
As pernas viraram braços
E meus braços
hoje vestem calças.
Faz frio na neblina deste dia improvável que mal começa e já me ultrapassa.
Que delícia é estar vivo
quando a poesia te conversa
e passa o café
e corta o pão
E faz de mim alguém disposto
a distintas baladas.
Vejo
de ponta cabeça
Uma nesga de sol querendo adentrar minha escuridão.
Não
Por favor
Eu peço: Não.
Deixe estar como assim está.
Deixe assim que
invertido
Agora
É tudo o que eu quero ser de mim
É onde exato eu gostaria de ficar.
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