Escreves sem nenhuma cautela
Poderias matar um ou outro
mas não parece que isso te importa
Segues, tu, infinito
Abrindo com seus versos
o mundo e um punhado
(enorme)
de precipícios
Por tal gesto, talvez
Tu pensas fazer bem
o bem que pensas fazer
Mas não
Um instante
Pausa
Espere, um pouco, espera
Teus versos têm poder de matar
e calar
Teus versos têm poder não de curo
mas do câncer que não cessa
(nunca)
de se procriar
Ou seja,
como vamos fazer, meu parceiro?
Quando será o dia
em que usarás a tua poesia
para nascer vida
e não desespero?
---
Isto
Isto que agora escrevo
Isto escrito
já escrito
Não é de todo sincero
é só forma branda
de marcar no blog
e na pele da memória
O seu soluço
incessante
frente ao medo
de fazer da poesia
Um lugar sem serviço.
Se liga, poeta
Se liga.
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