A mulher da loja da esquina disse ao comprador:
volte ano que vem, quando teremos a bermuda no seu tamanho.
E é curioso o destino de um homem. Ele voltou no ano seguinte, mais gordinho, é verdade, e não é que na loja havia uma bermuda exata ao seu corpo.
Lembra de mim? Perguntou o homem à moça da loja. E olha que curiosa é a vida de uns e de outros. Ela se lembrava dele e por isso sorriu em retorno.
Ele vestiu a bermuda. Ela sorriu novamente, aprovando. Ficaram assim um tempo, enrolando o pagamento da bermuda. Se seria no cartão de crédito, no débito, se seria em dinheiro, não importava.
O que importava era o sorriso mútuo entre ele e ela. O que restava era aquele instante único de silêncio incontido e afeto vertiginoso.
Estar vivo era isso, ora. Não mera compra na loja da esquina. Mas peitos abertos e em livre comércio.
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