Uma pausa no cigarro.
Sem tossir
Sim, controle-se.
É tudo coisa da sua cabeça.
Coisa da sua cabeça.
Mas ainda assim
falta ar.
Falta
ar.
Respiro lento
temeroso pelo momento
em que possa vir
a não mais respirar
lenta
a possibilidade de um fim
se aproxima,
vagarosa.
No planeta
vulcões em erupção
grandes crimes
suas corporações,
neste instante
uma encomenda por telefone
a vizinha bebendo escondida
na área de serviço.
Puxo o ar
mas ele falta
hoje ele não vem
aguenta
Aguento?
O que falta
além do ar
não seria menos
do mesmo?
Menos que o mesmo
menos que o dito normal
o que falta talvez seja
o cúmulo do anormal
O anormal
é preciso
para fazer estranhar
o costume que nos lascou.
Chamas.
Vagas,
panelas e varandas
Ela
ela
suculenta
ela a morte
não esquenta
sabe-se capaz
sabe-se presente
sabe-se na moda
a morte
ela é crente
ela confia
persistente
no ser humano.
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