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domingo, 5 de agosto de 2018
A distância nunca foi pretexto para fugir.
A distância nunca foi pretexto para fugir. Ao contrário, sempre me pareceu um movimento para chegar mais perto. Se não para encontrar, ao menos para chegar bem mais perto. Como agora. Estou onde? Colado com quem me tornei. Com aquele que me foi possível e desejoso me tornar.
Quem? Pergunta indevida. Estou no lugar do carona na viagem dessa vida. Observo a minha presença oscilante mas presente. Ela não me revela certezas, mas anuncia gestos recorrentes. Como este, de parar um pouco, na chuva ou no sol, e escrever sobre o que se sente.
Reitero não ser fuga. Não é mesmo. É um modo meu, nem sequer inédito, de processar a vida de imediato ao seu tempo. Meu tempo. Nada de protagonismo. Os anos foram passando e fui compreendendo que se há esse papo de protagonismo ele existe sim, mas é todo acerca do mundo. Como o mundo assumiu o protagonismo de sua vida?
Como a vida passou por cima de você e te fez de transporte para aquilo que você hoje é e nem tem tanta certeza assim?
Quer sinal aberto ou fechado, a pista é disponível a um punhado inédito de asaltos. A doença aparece sempre que me percebo tímido demais em fazer gesto a partir de tudo isso que escrevo.
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