Na sequência, é fato, pensaria sobre o peso
eu o sentiria
sobre mim e sobre tudo
sobre mim me igualando ao mundo
Ordinário.
Depois abriria as asas
como que lençóis sobre o oceano de cimento
Bateria as asas
em profundo (e terno, sim, também terno)
descontentamento.
Virá alguém?
Ninguém me escuta.
Serei salvo?
Mereço?
Silêncio tremendo.
Ainda chove lá fora.
Salvação é mera ficção, dirão os que no futuro tiverem flagrado este momento.
Quando me quedo assim
de cabeça para baixo
Penso nos insetos que voam baixo
Penso na família
Penso no passado
Futuro deixa de ser enzima
hoje tudo sobre mim
as asas no chão
o ar inerte
Há flores no horizonte?
Tudo caído.
Eu vou até o bicho
ele segue batendo no chão suas asas
eu vou levantá-lo
Será que ele quer mesmo ser salvo?
Esse bicho sou eu, não sou?
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