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terça-feira, 7 de novembro de 2017

O que descubro às vezes é que...

É mesmo preciso falar mais devagar

Ouvir mais, menos pensar

Os olhos, descubro, podem escutar
Os olhos que antes só interpretavam fatos
Descubro
Eles sabem também como abraçar.

Dentro
É domingo, sempre pela manhã,
Sempre um adeus a dar
Eu descubro
Que dar adeus é um pouco como
Se doer, se doar, se deixar

Ali
No outro
Ali, naquele hoje de novo
Aeroporto, eu fico
Porque você se fincou em mim.

Paixão juvenil na idade adulta é um dilema tamanho.
Onde está a força do meu corpo
Para aceitar a desmedida desse auto-abandono?

Eu me deixo, deito-me em você
Apertado em cama solteira.
Ali eu te mexo inteiro
Ali você me pede que coce aqui
E más abajo

E então eu acordo
Ciente, desde antes, que meus próximos passos
Me levarão para longe de ti
A cada segundo

E eu vou

Eu te abraço, você não parece saber
Como durar em meio a uma despedida.

Você me abraça, eu queria poder te tatuar
No meu dia a dia.

Entre nós não dizemos eu te amo,
Yo te amo.
Não dizemos.

Um medo, talvez, um fato, sem dúvida.

Saímos um do outro então.

Você parte prum lado e eu pro outro.

Eu volto a te olhar, mas você só segue.

Penso então que cada um ama do jeito que sabe e pode.

Obrigado por tanto.
Obrigado. Por todo.

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