É mesmo preciso falar mais devagar
Ouvir mais, menos pensar
Os olhos, descubro, podem escutar
Os olhos que antes só interpretavam fatos
Descubro
Eles sabem também como abraçar.
Dentro
É domingo, sempre pela manhã,
Sempre um adeus a dar
Eu descubro
Que dar adeus é um pouco como
Se doer, se doar, se deixar
Ali
No outro
Ali, naquele hoje de novo
Aeroporto, eu fico
Porque você se fincou em mim.
Paixão juvenil na idade adulta é um dilema tamanho.
Onde está a força do meu corpo
Para aceitar a desmedida desse auto-abandono?
Eu me deixo, deito-me em você
Apertado em cama solteira.
Ali eu te mexo inteiro
Ali você me pede que coce aqui
E más abajo
E então eu acordo
Ciente, desde antes, que meus próximos passos
Me levarão para longe de ti
A cada segundo
E eu vou
Eu te abraço, você não parece saber
Como durar em meio a uma despedida.
Você me abraça, eu queria poder te tatuar
No meu dia a dia.
Entre nós não dizemos eu te amo,
Yo te amo.
Não dizemos.
Um medo, talvez, um fato, sem dúvida.
Saímos um do outro então.
Você parte prum lado e eu pro outro.
Eu volto a te olhar, mas você só segue.
Penso então que cada um ama do jeito que sabe e pode.
Obrigado por tanto.
Obrigado. Por todo.
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