Não, colado estou
O que escrevo
isso que chamo de poesia
É só um modo outro
de andar o dia-a-dia.
Pouco, não?
Talvez.
Não dependo do seu olhar sobre mim,
sigo vago caminhando aberto
Em tantos caminhos impossíveis.
Escrevo uma poesia
um treco, uma coisa, sim, um negócio
Isto! Escrevo e, assim, posso continuar.
Continuar o quê? A vida?
Nem tanto, nem tão pouco.
Continuo sem saber o quê.
Distante
em linhas sem marcação
palavras pretas anunciam
- como que fiscais -
a minha perdição e algumas possíveis
transformações.
Por isso?
Para modificar
transtornar, sobretudo, para contrariar
aquilo que sinto
o peito
Este peito
aquilo que sinto
torno, pela poesia,
mais uma possibilidade
do que um gesto já todo feito.
Serve para isso? Você me pergunta.
Você não existe.
Eu insisto.
Hoje, hoje é já tantos anos,
hoje a poesia para mim é isso:
dizer e ser aquilo que ainda não.
Aquilo que ainda não foi
nem chegou
nem floresceu
nem andou...
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