Tudo azul
Quase tudo
A infância sentada ao meu lado
O desejo de não dormir
E ficar enjaulado
Neste presente aéreo
Nessa distância do mundo
Segura
Tão dentro, tão alto, tão fora
Tão lindo
Subir até aqui, onde a destruição não pousa
E o homem faz só passagem.
Se eu fosse outra coisa que não isso
Eu gostaria de ser invertido
Queria ser dentro do mundo
Para ver do dentro o mundo brotando
O calor dando o primeiro sorriso.
De dentro, lá onde a morte germina
A sorte de tantos que já se foram
E não cessam de chegar.
Não posso nada aqui
Exceto ver ouvir e sonhar
Aqui, cruzando a estrada do céu
A poesia é só mesmo estar vivo
É mesmo só isso.
Só isso.
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