Bem sabes que a moral te comeu
Que a poesia virou número, Diogo
Que a franqueza ficou pálida
E que o amor desceu ao fundo.
Bem sabes tu que a sorte
Guarda a sua confissão não confessada
Que algo te preserva, Diogo
Ainda que tu vivas essa mentirada.
É sensato perguntar se haveria
Outra forma se teria outra maneira
Para negociar com sua existência
O fato de ter apreendido a odiar.
Eu aprendi a te odiar, caro outro
E assim domei minha dor
Te fazendo sair de mim
Para que eu pudesse suportar
Continuar vivente.
E aqui eu estou.
Rendido frente à demanda
De ser franco o suficiente
Para florescer a dificuldade
Que é isso de amor antes
Desamor depois
Que é isso de poder te abraçar
Sem pesar se isso serve a ti
E deserve ao meu orgulho.
Que difícil. Alguma coisa
Quer me refazer e eu, a princípio,
Não sei lidar.
Eu não sei ainda.
Eu preciso aprender.
Eu desejo praticar.
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