Não comer o maracujá
Hoje tão gelado.
Hoje tão gelado.
Não morder até o fim
A carne do seu braço.
A carne do seu braço.
Não ter despertador
Pois se dorme em nua rua.
Pois se dorme em nua rua.
Não ver o sol
Porque embriago.
Porque embriago.
Os hotéis
As paisagens
O café da manhã
Este Jardim Botânico
As paisagens
O café da manhã
Este Jardim Botânico
tudo me violenta
com a possibilidade
do abandono,
com a possibilidade
do abandono,
A violência do desuso me invade e ultrapassa
Quero comer maracujá com seu corpo disposto
Em mesas e camas
Em cafés e em todas as manhãs
Quero comer maracujá com seu corpo disposto
Em mesas e camas
Em cafés e em todas as manhãs
Me violenta
A possibilidade do não
Por isso vou
Feito a marcha adentrando o morro
Eu vou
A possibilidade do não
Por isso vou
Feito a marcha adentrando o morro
Eu vou
Com abalos sísmicos a cada passo
Porque me violenta a possibilidade
De a vida ser moleza
Quando ela pode ser ultra
Ultra violenta?
De a vida ser moleza
Quando ela pode ser ultra
Ultra violenta?
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