Que cada curva
é para você
Que hoje desconheço.
Que cada verso
foi por ti
Que eu escrevi.
Poderia dizer
que sim,
Que sim.
Mas não.
Para além do orgulho
Da ira, para além da dor
nada hoje pode ser por ti
Porque hoje apenas o que resta
sou eu
Eu aqui
eu
sem ser visto
e sem ser tornado imagem.
A sinceridade é transparente
e adere ao corpo.
Poderia dizer
que penso no seu gesto
Lendo alguma
palavra minha.
Mas veja:
a palavra não é minha
a imagem não é vista
a geografia existe
e o instante é solitário
Para que achar o que não tem onde não há?
Eu poderia dizer que sim
mas hoje
e também nos amanhãs
a ti
eu digo apenas o óbvio
Não.
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