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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sem sim. Nem não.

- Amiga, por que você chora?
- Ele não me ligou até agora.
- Faz quanto tempo?
- Umas doze horas.
- Isso é meio dia.
- Uma eternidade.
- Não deve ter sido nada.
- Pode ter sido tanta coisa.
- Você está apaixonada!
- Eu estou apaixonada!

- E nunca pensei que fosse assumir isso com tanto pesar como agora.
- Relaxa.
- Não consigo.
- Chora.
- Eu sequei.
- Quer que vá até você?
- Você viria?
- Se eu não for agora quando ir?
- Quando eu já não estiver mais aqui.
- Vai para onde?
- Estou andando dentro do meu quarto. Não sei.
- Como?
- Não sei.
- Quer que eu vá?
- Eu não sei.
- A gente toma um sorvete.
- Não sei o que fazer.

- Você está apaixonada.
- Eu estou paranóica. Ele poderia ter avisado. Qualquer coisa serviria.
- Ele te deu o silêncio.
- Ele me deu indiferença.
- Aguente isso.
- Não sei como.
- Aprenda.
- Como se pode amar a dor?
- O que a dor senão o amor?
- Fico.
- Resvale.
- Persisto.
- Deixa que te invada.
- Sem fim.
- Sem sim. Nem não.
- Eu estou me descobrindo paranóica.
- Você está se descobrindo. Ponto.
                        

Um comentário:

Nat disse...

A infinidade das horas e de mim.... descobri a eternidade dentro de poucas horas e o infinito dentro de mim!

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