já não seria isto
de estar vivo
algo de extraordinário
algo dito
impossível?
tarefa maior
realização de encher peito
não seria estar vivo
hoje
neste agora
uma vitória descomunal?
por que é extraordinário
o que deveria ser normal?
eu, sozinho, resto vivo
fazendo da mesmice dos meus dias
um descanso súbito
passageiro
engraçado e tímido
sei que posso volver
posso verter minhas veias
e germinar, por sangue,
flores outras
outras coisas sem nome
sei que posso
com elas me meter
mas
por agora
estar vivo
é o mais incrível
que posso fazer.
vivo
aqui
vendo a corrupção desfilar
indo ao mercado comprar o almoço
e voltando sem energia para cozinhar.
eu
tentando ler os livros
tentando mudar meus hábitos
eu sonhando sem fundo
sobre aquele dia que um dia virá
poderá vir
nem que precise
mas é bom sonhar.
eu me desprendi daqui.
onde eu estou agora?
eu queria não precisar mais perguntar.
Pesquisa
sábado, 13 de agosto de 2016
quis escrever
te vi tantas vezes
mesmo sem te conhecer
te vi distinto
de ti
de mim
do nosso tempo
te vi muito
você nem imagina
em outros países
te vi dobrando duas
seguintes esquinas
cada ponto num sorriso
ou tenaz andando firme
ou parado, sobrando,
existindo.
te vi tanto, moço
que seu nome desapareceu
morando hoje seguro
na sua multidão.
te amo rápido
amo veloz
amo um outro você
sempre você
amo tão logo chega o dia
amo no mercado
na padaria
amo na condução
e mesmo quando és tu
sozinho
meu privado motorista.
amo você, moço
de tantos anos
velho e menino
homem grosso
e afeminado
homem distinto
amo
amo
eu te amo.
mesmo sem te conhecer
te vi distinto
de ti
de mim
do nosso tempo
te vi muito
você nem imagina
em outros países
te vi dobrando duas
seguintes esquinas
cada ponto num sorriso
ou tenaz andando firme
ou parado, sobrando,
existindo.
te vi tanto, moço
que seu nome desapareceu
morando hoje seguro
na sua multidão.
te amo rápido
amo veloz
amo um outro você
sempre você
amo tão logo chega o dia
amo no mercado
na padaria
amo na condução
e mesmo quando és tu
sozinho
meu privado motorista.
amo você, moço
de tantos anos
velho e menino
homem grosso
e afeminado
homem distinto
amo
amo
eu te amo.
domingo, 7 de agosto de 2016
Na linha
Por vezes
A vida caminha junto a si mesma.
Nada excede, tudo é o que está sendo.
Sigo, eu, sigo
Atento.
Decidir um corte pode até ser
Algo que se planeje durante meses.
A questão não é a decisão,
Mas apenas o que pulsa aqui comigo
Neste agora intempestivo
Em que me pergunto:
É mesmo isso, Diogo?
É mesmo isso o seu desejo decidido?
Sim.
Não quero mais.
Não trabalho dessa forma.
O que se perde nem pesa
Se o que me vem agora
É justo minha liberdade.
Algumas concessões não são feitas.
Não as farei.
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