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domingo, 30 de janeiro de 2011

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caminho tortuoso
que faz ver o íntimo
e cheirar o suor dos moços
ao redor eu deles
escondo a vista
doando-me pouco
ao fazer de mim
apenas ágeis batidas
destes dedos dinamites
querendo se possível
confessar esta alma a chacoalhar-se
nesta condução extra povoada

sábado, 29 de janeiro de 2011

tramando palavras enquanto o tempo te fazia obra

porque a poesia está agindo sobre as coisas nessa casa.
o calor não é só calor
o suor que de ti escorre
escreve pelo caminho
outras coisas que não simplesmente
quero água.

calma, cara
porque há um terreno propício ao desespero
mas sob esta ordem
sob o tapete
sim, há outro
de poemas em cruzamentos
ternos e passageiros.

porque a poesia sobrexiste
ela te olha neste instante de fora para dentro
e te vê, inteiro, assim despido
mesmo que esteja agora só
e lacrado contigo.

ela te enxerga no clamor mais cândido
que sai no abrir pequeno da sua boca
ela te saúda
e tu nem vês
porque estava tramando palavras
enquanto o tempo
fazia de ti obra
e a janela
te enquadrava
e o sol
ponto de luz
impressionava
sobre o seu corpo
a vã poesia inexata
do seu existir,
sem dó nem frialdade.


Se a frialdade te comove, tente então ser alvo de uma

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Evite o movimento que excede.

escorre
plena gota
através do peito
sem vegetação
ou dono,

confunde
feito fosse inseto a gota
e a faz secar num rápido
coçar da mão
delirante,

resvala
límpido o olhar
por através das poeiras
deixando-se ermo
neste calor
sem querer para si
nada além do
simples estar,

é tarde
mas cabeleira negra
morna continua a se
desnortear,

seria preciso ser aquático
para conseguir se durar.



Se está sentindo muito calor, experimente também
Uma música para Ana