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sábado, 5 de setembro de 2009

o tecer todo em minúsculo

começa com calma
começa abrupto
não tem hierarquia
entre nós as letras
o que resta é apenas este segundo
no qual você transita as pernas
saltando seguro
primeiro uma coisa
depois à outra
a costura se faz precisa
costurar é mesmo coisa
dessas bocas
que se dizem
e refazem o dizer
entre nós dois
ora, esse eu esse você
o que existe única
e imperativamente
é mesmo o prazer
salta
salta
é pelo despregar
que se impregna o salto
de conquista
vai firme rumo ao ar
que mais firme será tua caída
teu movimento de revolta
ao chão

sua letra minúscula que pela docilidade
reveste-se dentro
em vulcão

e queima a noção
queima o conceito
queima a pele
queime essa perfeição
e reste sujo
puto
furado

reste pleno
teste o tempo
envolva-se no espaço

e renasça miúdo
capaz de ser temível
corruptível
desprezível
e voraz,

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

eterno revolvo

eu temo não ter tempo
de te olhar profundamente
tempo de tocada a pele
saborear depois um entendimento

temo não tocar o tempo
e não me olhar profundamente
tocando a pele sem tempo
entendendo sem saboreamento

eu tento me temer ao vento
me fazer estático volúvel volátil presente
capaz de ser e, sim, des-ser
capaz de ir e, claro, volver
de voltar
de quem parte mas vai
de quem vai mas partido

medo de ser passatempo
medo por ser disparate
dos segundos
dos ponteiros
das tonteiras
e desse tintero
azul escuro
amarelo escurecido


temo ser temido
temo ser comido
temo ser resto
ser protesto
mas nunca temo
ser exato nesse instante
incapaz de temer


isso é o que me funda
fundo é o que me faz ser
resto
protesto
revolvo
contorno outro
eterno -revolvo-.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

diagnóstico

a doença do amor... acabei de diagnosticar.
amor não é doença
mas é capaz de matar.