Por certo, vou ao armário por motivos
bem distintos da pregação comum.
Guardo-me no seu bem fundo
para não mais machucar
Os homens que me procuram.
Fico quieto, a dosar
a vontade de sair
e o risco de te machucar,
Outra vez.
Se há doença ou não,
Se é crime ou já prescreveu,
Não ouso saber
Sinto-me tão cansado
Que talvez mesmo aqui dentro
Eu consiga dormir envergado.
A época me insiste e testa,
Esse instante me azucrina:
O serás triste no amor
Ou será triste na vida.
Nunca antes estive montado em equação tão estranha.
Lembro de ti quando me disse
Que você aprenda a ser amado
Que aprenda a se deixar amar
Pois o relógio quebrou
Já faz dez anos
E eu nada
Eu nada
Nada mesmo
Eu estou no armário.
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