Sem grandes gestos
Sem amanhã
Sem tudo sem nada
Assim parece bom
Sem muito sem pouco
Assim parece possível
Deito você em meu colo
E nem te peço que fale
Vamos ficar em silêncio
Ouves?
Meus dedos direitos
Escavam o topo de seu crânio
Pensas tanto
Gastar tempo
Vencer no tempo
Feito estrada feito jornada
Jangada você pensa
Não não pense
Não pense em nada
Sobre você deito minha calma
Não seria possível
Que durasse tanto
O tormento que te tempestade
Há de haver um soluço
Um soluço de pausa
Suspenso
Você aguarda o futuro
Se já não podes falar
Digo que chores
Quer chorar então chore
Já já perde a graça
E a agitação que te vive
Também ela
Passará das horas
Deitado
Cabelos teus entre meus dedos
Te afago não por seus crimes
Afago-te não por pena
Faço assim desse jeito
Porque eu vejo algo gostoso
Enquanto você está lá atrás
Fique
Volte
Chore se for o caso chore
Eu estou aqui
Você está aqui
Deitado sobre o seu próprio colo
Ouvindo de si próprio a oração que não falha
Lembra-se?
Certa vez
A dor te ensinou
Que se por estar vivo
Mais então doerás
Então é essa a batalha
Não desapaixonar
Por mais um tanto
Não desapaixone
Não desapaixone
Não desapaixone
Eu te afago
Não não não
Não se deixe
Não se deixe desapaixonar
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