Gostaria, se possível, jovem senhor
De ser exposto, denunciado, entregue aos ventos.
Aquilo que em ti foi trancafiado
Gostaria, jovem senhor, de ser entregue
Como quem delata um crime
e junto a ele o seu perpetrador.
Uma pequena bolsa
uma uva aguda e densa
uma dor quente e presa
Em você sobrevive isto
isto sem força
para alar-se.
É pedido aos jovens da sua idade
que não temam expurgar esse horror
Que compreendam, jovens, compreendam
que horror mesmo é guardar em si
tanto e tamanho desconforto
tamanho e tanta dor.
O que resta guardado
germina
Do silêncio se nutre
e quando perceberes, jovens
a tua idade avançou
e a sua cabeça
não sobreviveu
ao peso
que foi ter sido
por tanto tempo
esconderijo
para seus medinhos.
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