Novo império
Em pleno quintal de casa.
A infância fica lá atrás
O passado, nem tão bem
roubado na algibeira, aparece
com sono.
Vasculho com pés descalços
Às quinas não mais doem
No entanto, se fecho os olhos
me olham
a doçura de outrora
os receios mais imberbes
o desafio da noite
o desenho animado das manhãs.
Hoje
Hoje não
Luz fria deforma o quintal
Os canteiros com plantas quase
De plástico. A piscina inerte
Vãos abismais
Entre silêncios que duram
Firmes.
Não não
Não reclamo
Não mesmo
Apenas constato
Observo
Deitado em espreguiçadeira
À beira da piscina.
Estou velho, tempo
Estou velho, vida
Estou aqui
No entanto, estou
Aqui. Justo onde
Não mais estou.
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