Numa manhã qualquer, em sala
de aula, uma aluna o perguntou algo: professor, como você faz para dar conta de
fazer tanta coisa? Ele sorriu para ela. Costumava sorrir para tomar tempo
pensando numa resposta adequada. E então ele disse: eu não faço tanta coisa
assim. A turma inteira reagiu. É claro que faz. Ele pensou. Todos ali sabiam. E
então ele tomou ar e disse: é verdade. Parece estranho dar conta de fazer tanta
coisa, mas a questão não é essa. A questão está nessa expressão: dar conta.
O que é dar conta? É
conseguir? É acertar?
Sempre acreditei que dar
certo é dar gostoso. Os alunos ficaram em silêncio. Ele afirmou: não é sobre
dar conta, é sobre dar gostoso.
Alguns riram. Outros abriram
os olhos espantados. Dar certo é dar gostoso. Nesse sentido, interrompeu o
fluxo, foi essa a sua pergunta?
A aluna negou com um
assertivo não. Não? Não. Eu quis saber como você faz para dar conta de tanta
coisa que o senhor faz.
Não me chama de senhor.
Vamos lá: eu simplesmente faço. Nem sempre o melhor que posso, mas sempre faço.
Não tenho muito tempo para pensar em. Eu simplesmente faço.
Definitivamente era uma
resposta preguiçosa para uma pergunta tão indevida. Por que ele se sentia
perseguido.
Na próxima aula vamos conversar sobre esses escritos de William Shakespeare, porém, não se enganem e nem me enganem, será junto com o cara e não só com ele, entenderam? Eu quero mesmo saber o que vocês pensam sobre as palavras desse que disseram ser um dos maiores escritores de todos os tempos.
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