Por hoje isso basta. Por hoje, isso tem que bastar.
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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
para sempre aprendiz nisso
Por hoje isso basta. Por hoje, isso tem que bastar.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
domingo, 21 de janeiro de 2018
Mormaço
Fumaça.
Fumaço.
Algumas razões:
sim, aqui é quente
também, falo do ventre.
Tanto que transborda.
Transbordo
Perco o contorno absoluto
De quem era desprovido
Dessa insistência
sobre o peito
no gesto todo
na vista
nos trechos entre pele
e cada pelo.
Que fazer?
Não dou-me jeito
Ora, pois, não é, por quê?,
Para dar.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
Dispõe
Nem sua escuta
Nada assim tão pouco físico
Não
Nada disso.
A pele - extasiada - implora
Por mais caminhos
Por outros trancos
e barrancos.
Isso sim, põe aí
Na mesa da praça
No prato do dia
Dispõe sua humanidade
para ser pelos homens moída.
Aqui estou
Como?
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
A imperfeição
Nem ao espelho
nem sequer num detalhe
ruga chupa rosto
Não
Machucou dentro
e agora resvala
feito aura adoecida.
Seria mesmo esse o diagnóstico?
Ele se pergunta
enquanto caminha parado
não sabendo se dorme
ou deixa de existir.
Pensou na proximidade:
dormir? morrer?
abandonar-se?
Pensou novamente:
se penso sobre tudo isto
é porque não estou todo
afundado
Certo?
Mudez.
Ficou fria a tarde de verão.
Carnaval?
Hoje não.
Ontem não.
O amanhã se arrasta querendo se fazer presente.
Tudo incomoda tanto
tudo ainda dele tão fora
dele tudo ainda tão ausente.
Seria esse o diagnóstico?
Seria essa a imperfeição forjada durante anos?
A quem amar primeiro, então?
Esta imperfeição
Ele mesmo
ou a impossibilidade de viver esse amor que não ainda se mostrou?
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
Como estoy
¿Cual es el tamaño del amor?
¿Cual el tamaño del reloj?
Vivo en noches que no quedan.
Se pienso en vos
Dejo de ser
Se no pienso
No estoy aquí.
¿Donde estoy?
Vivo en tiempos viejos
Cuando en su abrazo
Estuvo bueno y sin duda.
Vivo en días nuevos
Cuando su sonrisa
Hablaba con mi ojos
Cerca
Muy grande
Te extraño
Y las canciones que cambian
Son como yo
Vida entera en uno solo instante.
sábado, 6 de janeiro de 2018
De todas as coisas
Nem todas
Tola pretensão
Essa do todo.
Tudo não.
Sempre algo escapa.
Sempre não.
Às vezes
Salta comovido
Um gesto
Um singelo, sim, um singelo
a r r e p i o .
Por que ela se diz essas coisas?
Ela se diz porque quer acreditar.
Você diz algo mais?
Tem algo mais a dizer?
Eu a pergunto
Ela me responde
É como se nada mais houvesse
exceto essa uma alguma coisa.
Diz, eu a peço
Ela reluta
Diz, digo sem força
Ela desvia o olhar
O que poderia haver de tão impactante
e ao mesmo tempo tão delicado?
Foi uma pergunta?
Ela me procura novamente
Eu digo que sim, não a ela
Ela me responde
Quero te responder
Quero tentar te responder
E então entre nós o silêncio se procria
Observamo-nos
É noite
Meio quente meio vento frio
Há tanto
mas nem tudo
Um instante
fico nele, segura
Há tanto
nem tudo
Um negócio
Negócio não
Nem coisa
cansei das coisas todas
Nem quiçá quero nomear esse isto
de arrepio
Não
não
não mesmo
Isso do que falo
Isso que eu sinto
É apenas aquilo que já foi
É apenas aquilo que perdi
Mas que continua.
Continua.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
Oh, Miranda
Um pano branco
Por baixo
O azul
Por cima
Ao redor
Terra fofa e escura
Úmida e cheirando à vida.
Enterrada e quentinha
Sem ranger respiração
Te vi descansar
Adentrando este mundo
E devolvendo a ele
Sua pequena imensidão
bicho tão pequeno
tão capaz do amor
minha pequena amiga
que breve o seu despertar
que chata essa pequena dor
Uma semana juntos
Uma apenas
Você se foi
E continua
Te guardo. Sob a terra
Te guardo no cheiro e no pelo
No carinho e no encaixe
Miranda,
Miranda,
Miranda,
descanse.