Eu me vejo difuso, mas retinto.
Poderia me dizer as palavras derradeiras
mas palavras, a essa hora,
Eu silencio.
Tanto há tanto tempo
Dizeres, determinâncias, discursos
E o cansaço, o silêncio perdido
E ele, eu, no mundo?
Se digo eu com estridente facilidade
Não é porque talvez queira atenção
Não é porque me dê mais valor
que antes, quando certo das minhas
Capacidades.
Hoje tenho bem pouco.
Não me engano.
Este corpo, agora, nesse instante
queria se possível o sono
O sexo lento
O suor concentrado
Sem força agora
É tão manhã que sol nem sequer amanheceu.
Esse instante pressupõe palavras densas
Sem esconderijo. Palavras confessas
Desfazedoras da confiança no destino.
Esse instante é horrível, amigos.
Toda a vida num segundo.
O que haveria mais importante do que esse segundo?
Estou-me em questão.
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