Penso sobre as flores.
Observo as que pendem
dos galhos que atravessam a janela
E floreiam o dentro cá de casa.
As flores, observo-as,
enquanto dentro de mim
um rio de palavras
corre e adultera
a margem do que eu já sabia.
Elas estão ali.
Preservam o já sabido
mas é em meio ao vento
que uma pétala toca a outra
e nisso abrem-se
sorrisos nunca antes vistos.
O seu amor, corazón
Faz em mim a mesma coisa.
Escreve outras formas de enlace
Me convida, sempre renovado,
ao encontro-embate
do abraço.
Penso nas flores.
Eu quase as chamo
para que invadam a minha sala
e me comprovem, de fato,
que há muitas formas
de ser quem se é
e de continuar amando.
Elas estão aqui.
Eu lá. Lá no longe
não porque fora daqui
mas é porque no longe
eu me vejo renovando
o que é para mim
aqui
agora
ser
e
estar.
Penso nelas. Penso em mim.
Penso em você.
Penso como quem dança.
Não há melancolia.
O amor - sem nome - que nos encontra
precisa sempre de novo nascer a cada dia.
É isso o que temos.
Que bello.
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