acreditei que a poesia só existira se houvesse uma grande dor me comendo por inteiro. depois tive certeza disso. noutro depois, continuei acreditante. ainda que trouxesse comigo alguma dúvida - não me dou bem com fatos - eu continuei movido. adiante.
aqui estou agora. certo de que só a dor escreve através de mim. mas, se não estou doendo assim, como fazer poesia? precisa ser feita, a poesia? eu preciso escrever? é preciso, talvez, desvincular dor de criação.
por isso sento a bunda nesta cadeira. acendido o cigarro, já meio embrigado, eu escrevo não bem uma poesia, eu escrevo sobre o escrever. talvez, mais do que a dor - eu agora consigo supor - a fascinação me desse motivo para um bom verso.
me perco das finalidade. poesia não serve para nada.
viver serve?
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