É tudo mentira
Quase tudo mentira
Essas linhas que escrevo
Que naturalmente saem de mim.
É como fossem veneno
Um resto
O meu desprezo por mim mesmo
E pelo mundo.
É quase tudo mentira
Desordem
Incapacidade de tocar a vida
Que eu já perdi,
Faz tempo.
Então reescrevo versos
De uma maneira imprecisa
Pendente
Ausente da verdade que em mim
É dor.
Eu me debato em formas
Tentando nelas me encaixar
Mas sequer me olho
E vejo
Que não quero formas
Que não quero encaixar
Eu sou aquele desencaixado
Sou o que é disforme
O sou que eu escolhi
É pura mentira.
O sou que quero ser
Revela-se,
Feito cabeças de golfinhos
Uma vez ou outra
Emergindo linhas
E chocando palavras.
O que quero ser é verdade
Mas se não o sou
Minto
E mentindo
Morro aos poucos.
No tempo do poetizar
Meus dias são estrofes
Cheias de versos
Mas vazias de vida.
Quase tudo mentira
Essas linhas que escrevo
Que naturalmente saem de mim.
É como fossem veneno
Um resto
O meu desprezo por mim mesmo
E pelo mundo.
É quase tudo mentira
Desordem
Incapacidade de tocar a vida
Que eu já perdi,
Faz tempo.
Então reescrevo versos
De uma maneira imprecisa
Pendente
Ausente da verdade que em mim
É dor.
Eu me debato em formas
Tentando nelas me encaixar
Mas sequer me olho
E vejo
Que não quero formas
Que não quero encaixar
Eu sou aquele desencaixado
Sou o que é disforme
O sou que eu escolhi
É pura mentira.
O sou que quero ser
Revela-se,
Feito cabeças de golfinhos
Uma vez ou outra
Emergindo linhas
E chocando palavras.
O que quero ser é verdade
Mas se não o sou
Minto
E mentindo
Morro aos poucos.
No tempo do poetizar
Meus dias são estrofes
Cheias de versos
Mas vazias de vida.
E morro porque abuso
De mim
Da minha condição
Abuso-me dizendo aquilo
Que é quase
Tudo
Mentira.
A poesia em mim está errada.
Adequou-se de um jeito tal
Aos meus medos e vícios
Que se apaixonou por dar-lhes
Formas.
E então,
A verdade que eu tinha
Que eu mantinha
Tentava manter
Perdeu-se
Ao seu redor
Ergueram-se belas mentiras
Sem que eu pudesse dizer não ser.
Aquilo que sou
O que ao redor me faz ser
Não sou eu
Nem quero ser
Aquilo que sou
É apenas engano
É o que tomaram por verdade
Mas que não passa de um
Encanto.
De palavras parvas
De versos virtuosos
De mentiras melhoradas
Eu me fiz
E agora,
Morto dentro do eu
Que menti pra mim
Eu doendo
Sou a única verdade que existe
A única lucidez que me é permitida
Ainda é doer.
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