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quinta-feira, 31 de março de 2011

Honestamente

certo certo pode ser que seja só confusão minha
mas mesmo assim mesmo assim eu não posso negar
há algo escondido nos seus olhos
algo escondido ai em ti que quando eu falo faz saltar
eu vejo e pior eu sinto e o pior eu sinto
há algo em ti que treme quando ao meu lado
pode ser imã pode ser amor ou ódio
mas entre a gente alguma coisa ainda gasta o tempo
entre nós alguma coisa ainda pode vir a dar certo

não?

Ágora

Imóvel
Móbile estragado
Corpo pleno sem pane
sem urgência
Só Lapsos
Corpo pleno sem ponte
soluço
Abismo sobre si aberto
e em si cosido
Imorte
Dentro
sim, Para dentro
Voltado ao horror
próprio
de ser de novo e
Outra vez
Sol e não,
Sol em vão,
Sol em dó
Ré maior
para dentro
Fé menor
para fora
Para onde?
Para agora.

Página em branco

Para o quê, você me pergunta, para o quê?
Eu não sei, eu te miro, como eu vou saber
se seco eu sigo sem tinta sem nada exceto o alvo
preciso e lacrado:
seu peito (de outras vezes hoje inda mais coagulado).

Para que isso em sua mão, você me pergunta, para que isso ai?
Eu resvalo escondendo a pena, eu te miro, como vou fazer
se agudo eu sigo inseguro indo centro a você
preciso e abstrato:
seu verbo (e tudo o que fui incapaz de lhe dizer).

Para que, você não cessa, para que isso assim estampado em ti feito busca?
Eu persisto, sem combustível, eu lhe digo que você assim nessa posição
que você assim nessa configuração chama ao extermínio
eu por vezes sei ser preciso
eu hoje te digo
és página em branco para os meus desastres.

Você cala. Você sabe. Não fui inédito. Entre a gente não houve novidade.
A gente nasceu junto e acostumado. Nada meu em ti cria brilho ou sugere outra rima
que não esta
tenaz
rima refeita e sempre de novo refazida, amor.

Não há nada aqui exceto o desejo.

Ou seja: páginas em branco
à espera de um desastre (qualquer).

Façamos (

o desastre

) acontecer.