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quinta-feira, 9 de maio de 2013

lavar cabelos, levar corpos


copo vazio
hoje estou sóbrio
coexisto em mim
o silêncio sem música
e o sonho sem ópio

virá
um dia sim
antes da morte
no qual te aperterei
por uma eternidade
adoentada

dura pouco
eu sei
eu hoje sequer varri a casa

dura hoje
eu pouco
sequer varri a alma

resta tudo impaciente
adoentado
o seu calor
virou memória
o seu sorriso
ponto central
do labirinto quilômetro
no qual
dei um ou dois
custosos

passos.

flecha


sento
escrevo
como se letrando
a coluna desdobrasse
a alma do corpo morto
por inteiro.

perpasso
as tentativas de ontem
e vejo o carnê do amanhã
aludindo-se desgraças

sento
escrevo
é noite
é madrugada

do outro lado da linha
da ponte do rio da estrada
quero pegar aviões super
sônicos
para dormir seguro
sob o seu suor de cachaça

minha rima ficou fácil
depois que perdi seu beijo

vou com todo mundo
menos com o meu fiel
desejo

queria tempo


para esquecer do amanhã
que ainda não veio

reluto presente
criando dilemas
do que ainda não vim
a ser

chato
perco-me
da meada

feito fio fino
quase perdido
faço nós
e viro noz
machucada

difícil ser grande
quando dentro de si
todos os sonhos
se debruçam
na beira d'alma

oh, deus
se eu te soubesse
eu te estapeava!