do rumo que à vida é dado
perdi-me
E perdi-me tanto
que já nem poema eu via
quando anoiteceu
já nem alegria
alguma
eu sabia deduzir
Foi tarde pior que o depois
quando um fiapo de resto
na finura de um verso
me alcançou
(a despeito de mim
e disse que então
eu pudesse talvez
viver com a dignidade
dos que a calma desejaram)
Jamais teria acreditado
que para ter escrito
era preciso tamanho
desconfortar-se
Escrevi agora, pois, em alegria
E mim já não me afundo
A graça deste tempo
não me acena, sequer acessa está
perdi tanto
que, enfim,
estou livre
Para o quê?
Livro-me
até quando?
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