e de imaginar
eu sequer imaginaria
de tão distante
outro reino
eu não pude
não sequer ousaria
ir tão fundo
num gesto tão seco
ser tão corte
tão ríspido
tão brutalmente
inconsciente
não
alguém ao redor poderia ter anunciado
não seria possível
imaginar que você cruzaria os dias
a ofender-me
sem que te restasse um segundo
que fosse um
um segundo em que você percebesse
estou sendo ridícula
mais do que desculpas
eu deveria parar
frear tudo
e parar
parar como quem sabe
conscientemente
que se eu continuar vai dar merda
e deu
cá estou
moído
sem fome nem força
querendo estar abaixo do mínimo
temo dizer oi por deduzir que nada disso mais virá
temo dizer o que penso
porque já aprendi
em poucas semanas
o quanto te irrita o meu pensar
então por que estou aqui?
por que me convidaste?
por quê?
não tenho forças para te perguntar
tu não tens respeito para interromper o crime
e assim ficamos
eu te sirvo água
eu te trago o café
eu acato as suas ordens
e isso tudo para quê?
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