Quisera eu ter amanhecido ameno
Ter tomado o café quente e calmo
Ter folheado umas páginas do romance
Lavado uma loiça
Ter lavado os dentes
O cu
Roído as unhas
Quisera eu não ter sentido o bafo da sua angústia
Ela paralisa-me
Não consigo comer
Já não sei quando proferir palavra
A neblina da sua manhã
Invalidou o sol do meu dia
Minha noite chega
Incompleta e confusa
É como estou agora
A falar de mim como se necessário
Pudesse ser uma vida
E não duas
Te abraço quando foi possível
Compreendo a hora imprecisa dos seus ponteiros
O amor, meu amor, dá trabalho
A solidão às vezes será um remédio
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