que é ver a sua luta acontecendo
em você.
Da satisfação em te ver rompendo
a cada manhã as caixas de veludo
que o acomodam faz tempo.
Começaria por isso, sem dúvida
pela satisfação de perceber, por ti
que ainda podemos fazer outra
coisa.
De ti, portanto, chego à poesia
ao modo pelo qual você destila
a sua força e a sua ira.
Você escreve o seu poema
mas não diz as causas seu poema
nasce sem materna ou paternidade.
Penso, então, nos poemas escondidos
dentro dos seus dilemas e o quanto
não sei como encontrá-los talvez eu
gostaria.
Seria o exercício do poema
um jeito encontrado para esconder
o dilema da vida?
O poema e o dilema
a vida em curso e trôpega
aí vem o verso e sua ladainha
Quem cura quem?
Quem é mais automático?
O poema ou o dilema?
Gostaria de te perguntar uma coisa.
Sim, por certo, uma dúvida que me avassala:
quando você escreve seus poeminhas
eles te servem ao quê
o que eles te servem
eles apenas fazem
a terapia que você paga
mas tem medo de frequentar?
O dilema da poesia
A poesia do dilema
O poema que esconde
A vida escamoteada
a vida escamoteada.
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