um pouco desiludido, é verdade.
Mas com calma
pergunto-me
Haveria algo a aprender?
Penso que, às vezes,
só não aprende quem não quer.
Corrijo-me:
só não aprendo eu
se meu super eu não quiser.
E o que tu quer, meu super eu querido?
E o que tu está querendo?
Do modo como te percebo
já de pijamas e com dentes escovados
cabelo seco apesar do banho moderado
Do modo como agora te vejo
eu percebo:
o que tu quer é apenas meu desassossego.
Queres me maltratar com sua moralzinha importada.
Queres dizer-me que isso não é amor
queres nublar-me com esse ladainha lado a lado b
que ou é isso ou apenas aquilo
que conciliação não há
que minha vida inteira será o padecer.
Olho para você, todo asseado,
e penso que se eu pudesse escolher
eu aprenderia como de ti me desfazer.
Eu aprenderia como me desfazer de ti.
Solitário, sobrevivo e com vento nos cabelos,
mesmo que sem alardes, eu sorrio.
Não estou sorrindo agora,
mas estou indo
eu estou indo.
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