Virei refrão
Filosofia, quase nada
Hoje tudo pregação.
Aquilo antes dito
O arrepio da revelação
Hoje nada
Apesar de tanto
No já faz tempo.
Como é triste ver
Que no fundo aparente
Buscas o mesmo
Do que condenas.
Se o problema é do mundo?
Se é da máquina que te
Massacra?
Não. Não. Nada disso.
O problema é mesmo seu.
Profeta cínico de uma revolução
Insensível.
Talvez fosse mais honesto
Ser canalha. Ser canalha
Apenas.
Pesquisa
quarta-feira, 28 de março de 2018
Tanto nada
segunda-feira, 26 de março de 2018
ESSA ESTRANHA SENSAÇÃO DE FAMÍLIA no Festival de Curitiba
Ingressos à venda no seguinte link: https://goo.gl/TjmH9H
Mais sobre a peça, no site: essaestranha.com
segunda-feira, 19 de março de 2018
por meio de diferentes palavras
sentar a bunda na cadeira
e escrever
sobrou outra opção?
não
não mesmo
sobrou apenas este horror
concentrado
escrever é menos sobre inspiração
e mais sobre desespero
junto a ele
te comendo inteiro
escreva, demônio
você não tem mais jeito
então faça assim
desajuste o mundo que te judia
se vingue dele
não lhe resta mais nada
exceto doer
doer repetidas vezes
por meio de diferentes palavras
quinta-feira, 8 de março de 2018
e está dando conta?
perguntou-me
todo esperançoso
disse que sim, sim, claro
todo cínico
não que fosse mentira
não que não fosse
era o que era
já foi
que bom
bom
bom, né?
e a conversa não seguia
quis saber mais
perguntou o indevido
quis saber se eu estava feliz
com o quê?
num susto
o respondi destemido
feliz com o quê?
com a vida, ué
com tudo mesmo
o dia-a-dia
a sujeira da casa
a falta de amor
as pontas afiadas
de cada esquina
olhei seus olhos
em duração alongada
havia rimas demais
em suas palavras
quis pedir que calasse a boca
que nada mais dissesse
quis pegar suas mãos
e junto a ele
dançar sobre o asfalto
úmido (não no quente)
mas fiquei parado
assim
me fazendo de vivo
apesar de tão morto
ele seguiu me olhando
pelo menos nele havia isso
a paciência da escuta
a espera do que não veio
ainda
ainda assim
lhe disse
tendo desistido desse treco
que é a felicidade
ainda assim
frisei a ele
estou aqui
você vê?
não
ele não via
---
todo esperançoso
disse que sim, sim, claro
todo cínico
não que fosse mentira
não que não fosse
era o que era
já foi
que bom
bom
bom, né?
e a conversa não seguia
quis saber mais
perguntou o indevido
quis saber se eu estava feliz
com o quê?
num susto
o respondi destemido
feliz com o quê?
com a vida, ué
com tudo mesmo
o dia-a-dia
a sujeira da casa
a falta de amor
as pontas afiadas
de cada esquina
olhei seus olhos
em duração alongada
havia rimas demais
em suas palavras
quis pedir que calasse a boca
que nada mais dissesse
quis pegar suas mãos
e junto a ele
dançar sobre o asfalto
úmido (não no quente)
mas fiquei parado
assim
me fazendo de vivo
apesar de tão morto
ele seguiu me olhando
pelo menos nele havia isso
a paciência da escuta
a espera do que não veio
ainda
ainda assim
lhe disse
tendo desistido desse treco
que é a felicidade
ainda assim
frisei a ele
estou aqui
você vê?
não
ele não via
---
quarta-feira, 7 de março de 2018
beiço
Quanto mais cansado mais
tempo levava a se deitar. Era uma questão de tortura imposta a si mesmo por si
mesmo. Estás cansado? Aguenta um pouco mais.
Chovia naquela tarde. Ele
dentro de casa. Para que uma casa? Pensou.
Algumas questões tão
anêmicas, às vezes, o preenchiam por inteiro. Que chateação, que vida sem
sentido ou sentida demais. Sei lá, estalando os beiços, sei lá.
O beiço.
Ele tinha um beiço.
Um ou dois? O beiço é o
lábio, os lábios?
Quis dormir. Morrer.
Verdade, mas o eufemismo sempre lhe vinha socorrer. Quero dormir, dormir, é
isso, eu quero morrer.
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