Seria preciso escrever o mundo
Tal como ele parece ser.
Depois, com esforço,
Seria preciso desentender
Tudo
Desde o princípio.
Algum vínculo, um elo
Par de pernas
Algo reconhecível. Seria preciso
Não estranhar tudo, mas, antes
Reconhecer.
Jogo de espelhos.
Nada narcísico.
Há tanta coisa bela nesse mundo
Mas onde mora o precipício?
Seria preciso vagar até encontrar.
Nada para amanhã.
Hoje sobrevive inerte nosso mesmo
Nessa pança que pousa ao meu lado
Nessa música que nada me afaga
Nessa fumaça redundante e, sempre,
Tão distinta.
Seria. Preciso as palavras.
Não conseguiria dizer.
Por isso, ele continua.
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