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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Um aviso

Alguém deveria ter me dito
Que a escuridão teria duração
Superior ao hábito?
Alguém deveria ter me contado
Que o horror da corrupção
Não seria decepado?

Com que lisura eu posso querer
Que me façam saber?
Não deveria eu mesmo me exigir?
Não deveria eu mesmo me voltar
Ao problema e indaga-lo até um fim?

Se choro nem bem é por pavor.
Os homens desmontam a cidade
Os carros voam sem cessar
O cigarro que apagou já já se acenderá.

Em trânsito lento eu contemplo
Um tempo que não virá posto seja
Poesia.

Meus olhos protegidos em óculos noturnos
Desafiam o medo que é estar vivo.
O horror que habita os dias
E cresce e só come
Este horror é tangível.

Por que não acreditar que alguma mudança também não possa assim ser?

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