Pesquisa
domingo, 31 de julho de 2011
No Lago
ele se aproxima
hoje mais lento
do que ontem,
Ele posiciona os dois pés
nus
na borda
cimento-água
Ele ainda não sabe de nada,
A luz se fecha um pouco mais
nos seus olhos, porém
escuridão rima com seguir,
Ele adentra o espaço da água
e sente a própria lhe dizer
venha a mim, submergir.
Falo agora com a boca ainda livre
ainda agora foi-se o peito
os ombros manchados
foi-se a adolescência
e o ferver
da genitália.
Tudo quase está submerso
mas ele segue
hoje mais lento
que ontem,
rumo ao centro.
Que pode haver
num esconderijo d'água?
Ele avança
e se falo agora
é só porque minha boca
ainda não foi
afogada.
Morreram-se os braços
as mãos e os dedos,
todos,
hoje,
já morreram.
Mas ele segue
ciente do pecado
que hoje
parece ser
ele mesmo.
sábado, 30 de julho de 2011
Muco
o desejo
de hoje
mais uma vez
estar louco
Protege o íntimo
anuncia o tombo
e recheia
o ser insoso:
desesperado por acerto de contas consigo mesmo.
Ele pára
tosse quatro vezes
uma sobre a outra
induzida
Ele força a barra
a barra desloca
e ele amanhece
nu e
sem
poesia.
Agora ele se olha
Que pode haver de não-suscetível
nessa vida?
Tudo morre só
em seu movimento,
tudo parte seguro
no esquecimento
no jogo
no se lançar
sempre sem freio
Quem foi que inventou essa coisa de freio?
Isso não existe,
ele agora insiste
premendo as mãos
contra o peito:
Que espaço pode ser esse que sempre parece meio assim ao meio?
Café estala na cozinha
calor se move sob a camisa
e o Muco
o Muco
dentro dele faz fantasia
movendo salivas distintas
o Muco hoje
separa o cara
do fim de sua vida
É o corpo, meloso,
tentando não ser
desperdício.
É o corpo, odioso,
tentando fazer
sinfonia
que seja
de gemidos.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
camomila
é tarde
os dedos resvalam
trocam entre si
opiniões
sobre fatos
consumados
ele queria poder se dizer
mas segue dizendo dele
outro ele que ele inventou
para ver se nisso
ele se permite ser de novo
outro ser
é tarde
fecho os olhos
ele me vem
ele me fita
obscuro
e duvidoso
uma tonteira me invade
mas eu não sei o seu cheiro
caso soubesse
dormiria
esta noite
nele absorto
quarta-feira, 27 de julho de 2011
to cross this page
i think i should think about the sun
i think i should write not poetry
but only
recipes of cakes.
i think i should not think anymore
i think i should believe
that would my think
won't provide me
any other thing.
i think this is my new game
i believe
it won't give me softness
it won't make me bigger
or even
better.
but
and there's always one more "but"
to cross this page
i should read it all
for bottom to the top
since the top to the start
i mean
i won't make more poetry
from this principle.
that green envelope
is outside there.
no oh oh oh
she said to me
you have already done everything
she said
now, you should wait
(i hate this game,
i could have said to her)
but now i know
she is right
i cannot do anything more
i must wait
while
here inside
my feelings tries to stay in moving
trying to be something
that not just
oblivion
my oblivion of what we cannot be now
my oblivion of what we're both incapable
to create.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
quis
me ver de novo
lá atrás
quis lembrar do moletom vinho
do all star hoje nem sei onde
quis fechar os olhos
para ver
aquela paciência
hoje de mim
tão distante
não quis ser criança de novo
sei que ela persiste em mim
agora de novo
agora
tão sempre
quanto antes
quis
eu quis, posso dizer
me perder
na ressonância
de algum segundo
em mim morrido.
não tem problema
não há dor
nem eufemismo
tudo hoje em mim coexiste
só porque o que fui
trago aqui
inda hoje
comigo.
e se um dia eu for
e se um dia eu tiver partido
irei cheio e repleto
feito sorriso
de amigo.
por que existem palavras tão lindas
como moletom
areia e amigo?
ur
eu sigo indiferente
machucando meu corpo
entupindo minha
mente
não terá jeito
isso que faço é gesto
demente
gesto automático
insistente
enquanto você não vem
eu fico
eu duro
eu persisto
como posso a ti
ser frio
rígido
e ausente?
seu sorriso
escancara o céu
anoitece meu inconsciente
em você
eu vou contínuo
e de novo
mais uma vez
seja eu,
talvez impaciente.
como posso a ti
ser descrente
se quando durmo
durmo ciente e
se quando acordo
mais uma vez
por ti
sou
torrente?
eu fico.
não é pergunta
é fato
insígnia dormente
é o que me toma
me avassala
e faz ser poente
toda nova tentativa
minha
a ti
de novo
e mais uma vez
urgente.
Perguntas Que Marcelo Faria - 02
Divulgação. |
domingo, 24 de julho de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
allow me that
here i am
ready to travel
away from here
away from we
that is it
me and you
or
you but nor I
you see?
i'm in this situation
it's your fault
it's also mine
but
whatever
i'm never gonna find
someone
like you.
that's not my wish
my wish
is find
someone
dot.
esc-me
I HAVE ALREADY SAID
NO TERROR
NO MORE TERROR GAMES
I NEED TO BELIEVE
THAT THIS LIFE
THAT I'M WRITING
IS NOT POETRY
BUT IS SOMETHING SAFER
THAN IT HAS BEEN.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Shaved
And then i saw
everything that was undercover
and then
now i know
i am made of skin and blur
i am made of
blood and lost attempts,
but
It all lives in here
without any chance
of being lost
in this cold game called
Waiting.
AREJAR
e se
meu corpo teria então
amanhecido tranquilo
controlado?
se eu não tivesse perguntado nada
estaria eu agora voltando pra casa
ao invés de somente agora
estar saindo do quarto
rumo à sala?
estaria eu
ainda possível
visto que agora
respiro a dificuldade
que está sendo
descobrir
dia-a-dia
isso sem nome
entre a gente.
e se
eu parasse
de supor
como seria?
seria tudo mais tranquilo
ou seria minha vida
inda mais rima?
quarta-feira, 20 de julho de 2011
ei
para não me cair
em esquecimento.
escrevo não para cessar
segue sem fim
meu tormento.
e ele tem asas
e ele tem suas pernas
seus rostos
suas caras
ele tem seu medo
meu tormento
é você
convertido em caixa-preta
velada
esperando a morte
para ser revirada
esperando o fim
para dizer
eu também te amava muito
eu também tive medo
ao descobrir que sim
poderia um dia
ter gostado
de ti
de você
simples assim
por que você não vê?
você
você que tanto sobre o você se debruçou
você querendo entender o você
se esqueceu de você mesmo
e nisso
atraquei.
como pode?
quer ajuda?
eu não sei responder
mas me divertiria
essa busca, apenas
como quem vasculha
e se desorienta
certo
de que a aposta
tinha sido
apenas
partilhar sorrisos.
Fiz.
falei
fui
sustentei
fui
direto
disse
inconcreto
quero
não
disse afim
disse muito
muito
três vezes
muito
muit
muito
você
ou
foi
afim?
muito afim
muito afim
muito enfim
nada disso
tenha valido
eu calo
hoje
ciente do risco
mas sabe?
queria só ter dito:
pode confiar,
eu cuido da sua incapacidade.
Lábios Azuis
não é nada
poderia ser tudo
mas eu
em vão
tento não dinamitar
tudo
em forma-novelo
da loucura
Tudo bem
eu me afasto
eu retrocedo
eu espero você fazer anos
e ficar mais velho
eu nisso
também embruteço
eu cresco
eu padeço
eu endoideço
e as cedilhas
quedam
pelas esquinas
e ceder
seria o mesmo
que fazer rimas
Volta
fica
Eu fico
não é pra ti
é a mim que eu suplico
é a mim
perdido nesses dias sem chão nem teto
sem início nem freio
eu em mim alcoolizado
eu em mim de mim partindo
ansioso
sim
pq não?
porra
sim
ansioso por seu abraço
por seu afago
ansioso por sustentar nos meus dedos
mais finos que os teus
os teus descompassos
suas incertezas
deixa
eu abandono
a ordem das falas
abandono a forma
eu não quero mais nada
quero apenas
deixar de mirar
aquilo
que hoje
toma tempo
e morre pensando
não
não era isso
mas eu estou tentando
eu estou
tentando.
domingo, 17 de julho de 2011
Simples
quem sabe
a gente
não se cruza
num segundo
num abraço que fica mais
que um simples
cumprimento
nas mãos
que se entrelaçando
deixam via rudeza
transparecer
desejo
por que a embriaguez
quando tudo o que é preciso
é clareza
obscura, mas convicta?
parar de fumar
parar de beber
para que tudo isso
se o que eu desejo
mesmo
é só você?
\
sábado, 16 de julho de 2011
NeoGODOT
minha vida nao esta em suas maos
Nao controlas meu ar
apesar de transtornar minha inspiraçao
Nao
nao, nao se trata de negaçao minha
nao se trata de negaçao
Aguardo duvidoso
tudo isso que esta
porvir
tudo isso que
nem dois ontens atras
fui capaz de te fazer
refletir.
Mas venta, vento
para que mais dois amanhas
sobre mim
faleçam.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
TERRENO BALDIO
_ON
quero ver dormir
esse seu corpo
inflamado em potências mil
dorme
eu quero ver
você se despedir
com destreza
dessa sua vontade imensa
vontade travestida de ira
de revolta
de irredutibilidade à não-presença
dessa ida
dessa forma de se ver o mundo
dessa coisa chamada corpo
criada na fornalha
viva
que é
o segundo
deste instante
momentâneo.
terça-feira, 12 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
sor-te
dormi molhado
e acordei macio
dentro as partes
se comoveram
e me permitiram
de novo
mais uma vez
o princípio.
onde estava
quando em mim
não estive?
que pavor este
o de se encontrar
em tudo
menos aqui
sob este peito
sob estas marcas
já tão conhecidas
já tornadas
pretexto.
quero te falar
tão logo seja possível
de tudo o que carrego
aqui
comigo,
graças ao convívio
que tenho tido
contigo.
e é lindo
tudo isso
é algo
muito
lindo.
sábado, 9 de julho de 2011
soap
posa
nu
escuridão
pousa
leve
o braço
a mão
o peito
a mão
e sim
por que não?
e sim
constatação:
todo mundo pode ver através de mim.
fordismo
muito
em pouco
tempo
eu tento
pouco
em muitos
jeitos
eu faço
remendo
junto as partes
oficializo
o consenso
eu sofro
a inconstância
da ignorânsia
eu
desisto
mais uma vez
de ser
possibilidade
eu
assumo
hoje de novo
ser desastre
essa
poesia.
postergo
ficou tudo para amanhã
as cinzas
os medos
eu deixei para amanhã
o meu amor por ti.
deixei a música dormindo
e caminhei calado
com o silêncio sorrateiro
colando-se
aos meus pés
sem passos.
por favor, eu me peço
reinvente o processo
refaça tudo com todo mundo
ao seu lado.
que solidão necessária é o caralho.
o sol foi embora
essa noite é fria
e o gelo
no congelador
aguarda
o vinho.
tudo que exige princípio
anuncia a explosão
do amanhã.
resta
sorrateiro
o desejo trêmulo
do desejo.
virar imagem
virar recreio
virar poesia
ação
despejo.
maninfesto
tremulo
feito bandeiro
flamejo
me perco
no vento
e ouso
ficar rouco
e bruto
ficar burro
e denso
mas não
não para
bater
nem chocar
nem dizer
sob doçura
horror
mal
estar
não
eu peço
eu
de novo
e outra vez
processo-me
contra a cadeira
sobre a parede
ao redor da mesa
sem fim
este meu
descontenta
minto
não posso
pressinto
eu julgo
antes de mim
o que houve
antes de mim
que suplício?
porque existir
é por vezes
ser
improfícuo.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Casaco Despido
13/10/07
15/10/07
segunda-feira, 4 de julho de 2011
distantes
eles falam de tudo
o tema não é problema
eles debocham
eles lançam a cabeça para trás
rindo a ignorância
como podem?
eu me pergunto
com ares
de sabedoria
póstuma
como podem?
ser tão imersos
no tempo
como podem
crer
que ser o que são
é ser outra coisa
que não somente
esquecimento.
pergunto sem duvidar
questiono sem dor
na alma
ou no peito
eles ainda assim
estão rindo
a eles
indifere
se fim
ou começo.
eles riem de ignorantes que são
eles riem de juventude extrema
eles riem como eu ri
naqueles idos dias
eles riem
porque a queda
ainda neles não se deu
porque a queda
permanece em pause
intrépida
mas contida.
na hora do quedar
eles haverão de mostrar
o sorriso que há
numa boca
sem dentes.
domingo, 3 de julho de 2011
Over Capacity
seguidas
Acordou para o banheiro
para um gole água
e mesmo assim
acordou molhado
Perdido em sonhos aquáticos
em encontros memoráveis.
Ele se ergue
ele faz um café
ele come o bolo
o bolo inteiro
ele come
e depois
diz querer fazer poesia.
Ele tem nove anos de idade
ele teima em ser aquilo que lhe diz para ser
a própria vida
Ele se ergue
as janelas estavam fechadas
ele as abre
ele encontra dentro do armário
da área de serviço
um violão
velho ele encontra um violão velho
Ele olha para a mãe
ao telefone
ao pai, ele olha o pai
arrumando o televisor da sala
ele vai para o seu quarto
e em silêncio velado
compõe sua primeira sinfonia
para as coisas abstratas
Elas também precisam de amor.
EN
cruzilhada
doscopia
xergar
tregar
o, brian
glish
tired
tropia
...
don't know why this
but, inside
everything that doesn't make sense
helps me
to cross the lines
what lines?
don't know
there are too many
\
sexta-feira, 1 de julho de 2011
DEPOSITÁRIO
resta aqui
cibilante
advento improvável
doído
mas operante
parte
se fica
adormece
no entanto
respiro seguro
ciente de que o
amanhã
floresce
lento
imóvel
dorme}
e acorda{
para dentro
para o cima
para o baixo
para fora
este caixote ensaístico
filosófico
jornalístico
e acadêmico
era ele.