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sábado, 26 de dezembro de 2009

unhas te quero

para matar a ansiedade
para roendo o corpo
poder sorrir mais calmo
sustentar a face
e o jogo, cruel,
do desejo...

ora, quero-te
unhas
não para limpar a mesa
nem para arrancar o rótulo
quero antes unhas para a carne
unhas para assegurar à força
o troço.

o troço, vocês me entendem
não é nada daquilo que primeiro se pense
quando falo em troço
não falo sobre o que falo
falo sobre o troço
porque o troço é muito maior do que falo.

ah, o troço com aquele nome infernal
meu, que diz mil em um sentido
oh, que expressa o mundo
rá!, sua febre terçã matinal.

unhas para distrair o intestino
que dentro tenta se enforcar
unhas para resguardar a doença do mundo
e em seguida
unhas para a doença mundo me doar
por inteiro.

sem claustrofobia sem tristeza e dor
num profundo leve intenso e provisório
amor.

Um comentário:

Giacomelli disse...

O troço é o trem, sô!

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