O sol persistindo
O café preto
Firme, forte
Acordando a língua
Remoçando o íntimo
Posso me apaixonar
por você
Posso não me apaixonar
Se devo ou não devo
Deixe para depois
Venha cá
Dos medos
Dos traumas transparentes
Disso nem pretendo
te contar
Falo a você com um sorriso
Que tenta dizer
Continue, faça continuar
Fujo dos meus golpes mais certeiros
Fujo das morais e seus volteios
Fujo dos passados e futuros não vindos
Tento ficar agora porque sei
É daqui a pouco
Quando estarei contigo
Limpar a casa (um pouco)
Um pouco de perfume (no pescoço)
O saca-rolhas separado
A mobília da sala e do quarto
Bem limpinha
Abro espaço para que entre você
Em minha vida
Não sei do depois
Não sei de nada
Exceto isto: será à força
Que me farei escutar
Isso que você sente por mim
E que aprendi a ignorar
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