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domingo, 31 de março de 2013
Amaciante
A casa está limpa hoje
Porque amanhã
é dia de partida.
Sim, eu digo
E toda a sujeira some
No ar, desaparecida.
Em casa, nesta
não há tapete
Não há dúvida
que sobreviva.
Ultrapasso as cores
o preto
nu
branco
E resto imune
ao desafio que é ser homem.
Abraçado
E então eu te abraçei
Por cima
Querendo te afogar no amor
Seu, desde sempre.
Poxa, minha mãe
Que ânsia dinamitou
Essa distância besta
Entre nós?
E então você deixou
Parte do seu peso
Sobre mim, deixando-me saber
Do que escorre além dos anos.
Seguramos o choro,
Para não ficarmos assim
Tão colados
Com a nossa confusão.
Desci a escada
Caminhei pela calçada
E ao olhar para trás
Você já não me via.
Me deixaste partir.
Tu, mãe, me deu ao jogo
Da liberdade.
Sigo junto
Aquecido na lembrança
Da nossa infância
Mãe em filho.
sexta-feira, 29 de março de 2013
A possibilidade do armário
Mãe, estou chegando.
E tudo me amedronta. Tenho medo de não te reconhecer.
Medo de me surpreender com os zelos, a mim destinados.
Eu estou tão ainda mais mal criado.
Sem jeito, em suma, sem cuidado.
Mas quis, não quis?
Sair de casa, perder a prateleira o armário da cozinha. Perdi o doce sem açúcar, o pêssego em calda, perdi a manhã me convidando a desvendar a casa cheirando a amaciante.
Eu estou voltando, para um dia ficar.
Quero, se possível, não fugir.
Quero, possivelmente, durar sincero
e feito filho, ao seu lado.
Diogo
With me
Your eyes were flying
From mine
Were
They were running
In peace
Running just for hold me
Looking for you
While you were running
More and more
Next to me.
And then I smile for you
And we smile together
And i Think
I really do think
How love can exist
Being at the same time
So many things?
And time goes on
And then you asked me
Where do we go now?
Dance
We are going to the floor.
boy, too, dramatic, boy
hora do retrato
sem título_02
e minhas pernas
cruzadas sob a mesa
já faz tempo
parecem dizer
você vai junto
ao fim
do mês vai junto
ao fim você
salto uma linha
penso em duas horas
para a frente
corrijo o informal
o informele
corrijo o erro
aceito e instituído
erro corrijo o salto
e sigo em linha
sempre horas para
você
olho de novo
a música canta
ou toca a música
canta ou toca
ou olho
ou danço te olhando
e sua cabeça
ela vai e não volta
mas volta sem ir
sabe?
trepido o coração te vendo bailar.
é tão sabidamente gostoso
esse jogo
que nem me culpo
em te culpar
entre nós
só há mesmo
a presença
despida
de significado
sem nome
sem horário
para frente
e dentro
fora e fulgás
quanto mais
mais
simples.
simples.
terça-feira, 26 de março de 2013
segunda-feira, 25 de março de 2013
Instigar
na impossibilidade de fazer teatro nessa cidade do rio de janeiro, deveríamos especular como criar outras cidades em nosso teatro. só mesmo o teatro pra lidar tão francamente com o impossível do nosso tempo ---
Dói, Rio
dentro de si
lacrado
Tão solto
e desprotegido.
Dói estar dentro
do seu ônibus
Pagar caro
o seu táxi
E mesmo assim
seguir temendo
o inevitável e vindouro
baque.
Doem os prédios
Doem os sinaleiros
Doem as pessoas
cruzando as ruas
tentando correr para longe
de seus desesperos.
Todos ou
quase todos
Sentem adentrando os olhos
Imagens vis
de selvageria governamental,
Todos
ou ao menos
Muitos
Sofrem diariamente
a dor que é não poder mais não ver
O crime de quem nos governa.
Torto
nasce febril
Delírio de armas
Delírio de tocas
de câmeras vorazes
denúncias expressas
Nasce vontade
de deixar perder-se o corpo
num embate pró-fim
de tamanho desassossego.
quarta-feira, 20 de março de 2013
sábado, 16 de março de 2013
Tanto
Lindo
Ver seu terror
Virar possibilidade
E se depois de amanhã
te encontro
Sei que nos temos
Um nu outro
Por pura
Vontade.
Tanto
já deixado ao tempo
Que é lindo hoje
ver seu desprendimento
Em fazer agora
Aquilo que outrora
não fizemos.
quarta-feira, 13 de março de 2013
para descer ---
deixar os contatos para traz
e sem ser imediato
sem aliterar a esquina
perder-se reto
rumo à pizzaria.
sem carga
destinando versos
a ti
me perdi provável
crendo em encontro
não tido
hoje sobrevivi ao jogo
porque foi coisa e tal
foi coisa do mal
mas por quê?
um.
terça-feira, 12 de março de 2013
need___
but i'll have to say
one day
when i get to know
that all i want
it's not what's able to have
then i'll sleep
for the first time
in my live.
por fim,
não vou acender cigarro (vou)
não vou recusar seu amor (não vou)
não vou recusar minha lágrima hoje (vou sim)
não vou bancar o desentendido (jamais iria)
mas é só que
é um martírio
ver que de tudo o que escrevi essa noite
- de 11 para 12 de março -
tudo foi por sua continha.
MERDA!
neste blog...
... as poesias vão se sobrepondo
tal qual a tinta
esconde em prédios tombados
a cor original
das paredes
carcomidas.
escrevo sem freio
para esquecer toda ira
a ti
destinada sob forma
amor
de poesia.
assep-se
gosto
segunda-feira, 11 de março de 2013
Do seu suor
nunca o provei.
Mas sei pela luz
nele refletida.
Sei bastante
sobre a escuridão
que em ti brilha.
Sei um pouco
sobre o seu olhar
demente-admirado.
Sei sobre seus espasmos
sobre seus sonhos
Eu sei não por saber
mas por ver
em teu suor
refletido
O mundo que ainda não atingistes.
Sei das suas deficiências
e mesmo assim
Sou feliz ao seu lado
não amo capa de revista
Por isso desista
de fazer banca.
Daria antes certo
se perdesses tu
Um tanto da tua auto-esperança.
Mostarda
(em versos, aumentadas)
Não vou declarar amor
(apesar de hoje estar amando
o Mundo)
Não, não vou
Escrever ofensas
ou explicações que aliviem o segundo
Resto, meio-operante
ciente do risco
Que é ter você por perto
e de mim tão distante
Lembro-me de muitas coisas
(de tudo o que a nossa história ainda guarda)
Mas sobrevivo inerte neste tempo
das vontades abaladas
dos sonhos não idos
Está tudo certo
(mais comigo
do que contigo)
Está tudo certo
porque eu sou parceiro
da escuridão
Minha máquina de fazer poesias
é sobrevida
Tolera o abismo
tal qual o sorriso
(que veio
ou não veio)
Ontem descobri seu medo
Hoje sobre ele escrevo
Sinto-me tão rei
quanto tu te sentes
nesse seu jogo fingido
Ontem descobri seu medo
Hoje sobre ele me Cravo
Eternidade não existe
Nem tampouco distância
A vida atrita esperança
Vou-me hoje
para mais longe de ti
Vou-me hoje
pois estou certo
De ti.
Hoje, estou certo de ti.
CRAVO
quinta-feira, 7 de março de 2013
Toque
Sabe?
A ficção me tirou a atenção da sua pele e tudo então ficou ágil e sem graça.
Que amanhã eu consiga domar o sonho para ver acontecer a realidade.
terça-feira, 5 de março de 2013
sexta-feira, 1 de março de 2013
Romance
Marco
a vaga a ti destinada
Sobre a noite
a nossa fábula inventada
Sobre a hora
o suicídio e a chegada
Da paz que me roubaste.