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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Barzinho

Como um bar
Onde me jogo
Este poema chega
Supositório. 

Dado o vento
Os falsos contratempos 
De quando em quando 
Somos só nós dois 

O poema e minha
Embriaguez. 

Dessa vez
Eu digo
Será a sério 
Mas ele não. 

Ele me olha
Mesa oleosa 
Dizendo que
É possivel

O tudo.

Pouso no balcão 
Já bêbado 
Sem interrogação 
Para fazer pergunta. 

Os olhos dançam 
Nas órbitas
Recreio-me que
Talvez pudesse. 

Desafogo o
Desassossego 
Desamasso
Esta cara.

Hoje estou sorrindo 
Porque poema que é 
Poema, poema 
24 horas.

domingo, 5 de outubro de 2025

P R O N T O


I.

Como um canto
há muito ensaiado
Choro um pranto
impensável.


II.

Não seria uma
história se houvesse
ainda o engano
do ser forte, não era.


III.

Oposições apressadas
não eliminam a constância
do obtuso que extrapola
noite e dia

É possível estar sozinho
na sua companhia.


IV.

A morte passeia
de um para outra
e senta sua imensa
bunda sobre meu

tísico desassossego.

Com quantos anos se faz um pranto?


V.

Da vida muitos brotos
imensos cansaços
a graça esparsa-se
como um bocejo largo largo.

 

domingo, 28 de setembro de 2025

Um certo tipo de conclusão

O sorriso da surpresa da chegada.


A buzina que me viu

deu buzinaço.


Os beijinhos e o pedido de tira isso

fez abraço.


O te ver e saber que ali

é pista para simultâneos

pousos e decolagens.


Quem desconfia de ti

é você, não o mundo.


Quem destrona sua alegria

é só você; veja-se quando junto.


Se eu pudesse fazer um pedido

era que você não se esquecesse

disto,


Disto, quero dizer, você sabe

que não se esqueças disto

daqueles encontros


que não reclamam a chancela

damizade.